quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre temporais e fantasmas

Domingo, eu peguei um temporal. O temporal.
Eu e o Gui.
Saímos do Burdog e quando cruzamos a Dr. Arnaldo, começou a chover. Muito forte e muito rápido. E ficamos sem escolha. Porque cruzar a Dr. Arnaldo e voltar para o Burdog demandava esperar o tempo do semáforo embaixo de chuva, o que já nos deixaria encharcados, e voltar para lá era nossa única opção de lugar abrigado na Dr. Arnaldo àquela altura do campeonato.
Então, a decisão foi seguir em frente.
O meu singelo guarda-chuva (sim, eu estava com ele!!! e ainda fiquei toda feliz quando começou a chover porque provei para o Gui que a minha bolsa, que pesava toneladas e que ele estava carregando, tinha mesmo itens absolutamente necessários) não servia para absolutamente nada diante do aguaceiro que caía do céu. Aliás, até servia, como constatamos quando o vento virou para cima o guarda-chuva, aí, nós nos demos conta de que ele era um ótimo recipiente para armazenar água. Massss, naquele momento, água era a coisa de que menos necessitávamos...

Ok, chovia e nós estávamos ficando absolutamente encharcados. O tênis do Gui era uma piscina, os meus pés nadavam na sandália e na leptospirose e minha saiona pesava outras toneladas.
Mas ainda que tomando uma super chuva, caminhávamos felizes e apressados em direção à casa.

E o Gui dizia - enquanto caminhávamos debaixo de muita e muita chuva - que já que eu tinha escrito sobre a chuva, eu deveria escrever sobre o temporal dessa vez. E estávamos pensando que o nome do post tinha que ser "Sobre o temporal", mas foi aí que nós vimos o fantasma.
E o post teve que sair sobre o temporal e sobre o fantasma.

Quer dizer, naquele momento, não nos demos conta de estar vendo um fantasma...
Cruzamos com um cara que estava parado tentando se proteger da chuva debaixo da estrutura de um portão na frente do hospital (ou seria do cemitério?) da Dr. Arnaldo. Sujeito estranho. Todo de branco e com um olhão arregalado. Constatamos: sujeito estranho. Mas para quem mora em São Paulo, ver pessoas estranhas não surpreende muito.
Ok, passamos rápido por ele (que estava paradinho - pa-ra-di-nho) e seguimos nosso caminho em direção à Rebouças.
Até aí, tuuuudo bem.

Quando estamos descendo a Rebouças, já do outro lado da rua, já mais de uma quadra pra baixo da Dr. Arnaldo, quem cruza com a gente?
Isso! O sujeito estranho. Subindo a Rebouças!
E não, não, ele não estava correndo, ele não estava ofegante, ele caminhava tranquilamente Rebouças acima.
Como pode?!?!?!
Eu olho pro Gui e pergunto "você está vendo isso?".
E o Gui estava vendo e pensando se era loucura da cabeça dele.
Como ele chegou aqui?!?!
Mas, para o Gui, a resposta era óbvia - era um fantasma.
E eu fiquei teorizando sobre como o sujeito poderia ter chegado até lá, mas de fato, não nos parecia nada possível.
Era um fantasma!
E eu que a-do-ro o desconhecido, fiquei doida para ir lá falar com o fantasma, mas o Gui não deixou.

E aí, fomos para casa comentando que vimos o fantasma da Dr. Arnaldo. Seria o Dr. Arnaldo?
E quando chegamos ainda dividimos a história com a Ester que, de tão cética, ficou tão impressionada que até desistiu de ver o Bergman que ela tinha escolhido para a noite de domingo.

Já eu, não duvido de nada. E tampouco me impressiono com fantasmas.
Então, estou até agora super intrigada tentando descobrir como o sujeito chegou tão rápido até ali, ou então, tentando descobrir o que o fantasma queria com a gente.
Alguém o conhece?