sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sobre auto-sabotagem, selfvergonha, o aeroporto e o bright side


Pois sim, pratiquei nova auto-sabotagem. Acho que sou meio especialista.
E estou com tanta selfvergonha que achei por bem dividir.

Pois bem, estou aqui no aeroporto de Bogotá. Há 8 horas estou aqui. Ficarei mais 8. E sabem por quê? Porque perdi meu voo para Atlanta e, consequentemente, meu voo para Montreal.
Sério. Vão vendo.

Cheguei duas horas e meia antes, fiz check in, fui pro embarque, comprei café e umas bugiganguinhas para torrar os meu últimos pesos. Última vez que olhei o relógio, eram 08h50. Tinha um voo às 10h35. Sentei para tomar um delicioso café colombiano e me pus a acertar alguns dos meus emails de trabalho dos 4 dias que passei fora.
Assim, tranquila.

Olhei o relógio de novo. 10h10. Pensei, hum, ferrou. Corri, manca (que estou com o joelho inflamado). E o café estava a 200 metros, se tanto, do portão de embarque.
Enquanto corria coxa, via a cara de espanto dos funcionários no portão de embarque, o que já me anunciava a merda, ou o milho, como diria o Guiba.
Chego.
Ah, señora, pero el avión ya cerró sus puertas. Usted ya no puede embarcar.

Mano. MA-NO! Pedi, implorei, dei uma choradinha, mas não havia o que fazer. Lama. LA-MA.
Surreal o que fiz comigo mesma.

E ainda levei bronca dos funcionários que me contaram que me anunciaram no alto-falante, que me buscaram na imigração e que passaram gritando o meu nome nos outros portões de embarque. Tão entendendo???

Depois disso, passei as próximas horas aventando todas as minhas possibilidades de chegar em casa o mais rápido possível. Percorri o aeroporto inteirinho, terminais 1 e 2, e os fundos, onde ficam as oficinas das cias aéreas, umas dez vezes no mínimo. E ainda contei com a ajuda da minha mãe, sempre parceira, se mobilizando diretamente de São Paulo.

Enfim, às 14h00, consegui resolver com a Delta mesmo, um voo para NY e de lá para Montreal. Saindo daqui às 23h59. Não sem antes pagar a multa pela alteração. Olha que tudo!
E aqui estou eu, na lama. No aeroporto de Bogotá.
E nem me atrevi a sair daqui que, com o trânsito de Bogotá, corre o risco de eu chegar em Montreal nunca mais.

E assim estoy, mais 8 horas me esperam para entrar num avião para voar 6 horas até NY, esperar 3 horas e voar outra hora e meia até Montreal. Seguro que dava para chegar na China nesse tempo.

Enfim, faz bem compartilhar a desgraça. Acho.

Tentando um “look at the bright side”, o aeroporto está com um terminal internacional novo e tem internet de grátis. Olha que bom!

E olha outra coisa o bacana, o senhor guardinha do controle de passaportes que teve que cancelar o meu carimbo de saída da Colômbia, me encontrou há pouco no saguão do aeroporto e me parou para perguntar como eu estava e se eu tinha conseguido resolver minha situação. Um senhorzinho fofo de tudo. Quase, qua-se, dei um abraço nele.