terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre os assuntos sérios

Eu sei que esta não é a preferência de quem me lê por aqui, mas, de vez em quando, eu falo sobre coisas sérias. Sério.  

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sobre os anúncios de final de ano

Chegou o Natal:


O trânsito da Paulista no domingo à noite anuncia a chegada desta época de paz e harmonia.

Aos que estão aqui parados no carro, um apelo:

Você está aí nesse trânsito imenso porque quer ver a decoração de Natal na Paulista, certo?
Então, por favor, "relaxa e goza".
Porque eu moro aqui em cima, detesto toda e qualquer decoração de Natal e não tenho que aguentar o raio da sua buzina.
Ok???

[e se vc nem quer ver a decoração de Natal e ainda assim está nesse trânsito infernal, pegue a Vergueiro, a 23, vá por dentro do Jardins, ou tente o Google maps para caminhos alternativos, mas pelamor, não buzine na minha orelha!!! Agradecida.]

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sobre dias de Sol

[Eu já queria escrever este texto, mas achei melhor consultar o Manu. E ele deixou que eu escrevesse o texto, dizendo que, quando a Sol ficar mais velha e eu ficar famosa, ele vai dizer pra ela “Sabe a tia Marina, famosa... (vai saber em que eu serei famosa, né?)?, então, ela escreveu sobre você quando você nasceu”. E ela vai exibir o texto para os amiguinhos cheia de orgulho, como um amigo dele exibe uma caricatura de seu nascimento feita pelo Glauco... Estou esperando o dia em que eu vou ficar famosa...]

Mas a verdade é que, independente disso, só pelo causo do nascimento da Sol, nós (os tios) já colecionamos um montão de histórias para contar para ela quando ela crescer.

Então que a vida é assim e quando vamos chegando perto dos 30, os amigos começam a botar filhos nesse mundo. Eu tenho alguns amigos pais há mais tempo, mas até nascer a filha do Manu, eu não tinha me sentido tia. Agora, sim, eu me sinto tia. Tia coruja e babona e tudo o mais. E tia de uma candanguinha. A distância não me agrada, mas como o trabalho impõe viagens constantes a Brasília, eu já conheci a Sol, nos seus 16 dias de vida.

Não fui a primeira dos “tios paulistas” a conhecê-la, porque Gui Varella, que tem agenda de viagens mais cheia do que a minha, foi primeiro. Mas fui a segunda. E a que levou os presentes de todo mundo.
A Sol ganhou – ao contrário dos desejos da Laura que queria nos convencer a dar um carrinho de bebê, coisa que eu ou Gui nos recusamos terminantemente a carregar no avião – um sling super fofo e uma bebêchila roots (ambos os presentes descobertos no Pequeno Guia Prático para Mães sem Prática). Além de um macacãozinho equatoriano trazido pelo Gui e um macacãozinho guatemalteco trazido por mim. Os dois muito parecidos, o que fez com que eu me perguntasse se ambos não eram made in China.

Nossos presentes vieram bem a calhar, porque carrinho de bebê não combina com uma vida hippie. E a Sol é hippie, minha gente. Ou, pelo menos, filha de hippies.
Todo mundo já suspeitou pelo nome, né?

A começar pela casa onde ela mora. Você chega e diz pro taxista que vai até o Córrego do Urubu. Ele ri. E você não sabe se ele está rindo porque, afinal de contas, um lugar chamado Córrego do Urubu é mesmo digno de risada, ou se ele ri de felicidade com a fortuna que ele vai ganhar por te levar até lá.
Bem, 70 reais depois, e graças a uma precisa explicação que você tem no email que o Manu (aquele cara nada planejado, sabe?) te mandou e que você vai ditando ao taxista durante o percurso, você chega à casa de portão laranja. Depois de perguntar ao taxista se ele sabe voltar de lá, você pode descer e apreciar o mato, as plantas e conhecer a bebêzinha.
Aí, você se dá conta de que papai Manu, em sua nova função, não vai poder te levar embora e como raios você vai explicar para um taxista como chegar lá para te buscar?!?! E Manu ainda diz que o Gui combina a volta com o mesmo taxista da ida. Ok. Avisasse antes. Mas, no fim das contas, Manu me levou de volta...

Voltando à pequena. A Sol, na verdade, se chama Maia Sol (o que torna o nome ainda mais hippie), numa atitude descarada dos pais de deixar o nome dela mais acessível ao grande público. Porque na adolescência ela pode vir a se rebelar de se chamar Sol e querer algo mais tradicional. Ok, Maia não cumpre o papel de tradicional...

Mas, aí, Sol, se você estiver me lendo quando for adolescente, eu preciso te dizer que você se saiu super bem, porque, logo antes de você nascer, seu pai me disse que não via nenhum problema em não dar nome a um bebê e deixá-lo escolher quando ele estivesse apto para tal. Entonces, meu bem, agradeça por ter um nome antes de seus 18 anos.

Ok, a Sol não ficaria sem nome até os 18 anos. Ela só não teve nome nas primeiras 24 horas de sua vida.
Eu achei legal Maia. Conheço uma Maia que adoro de paixão. Mas já tinha mesmo me acostumado com Sol. E assim ficou sendo Sol para mim.

E a Sol tem nome, mas não tem berço. Na verdade, ela não tem nem quarto direito ainda. Mas quarto, ela terá. Berço, não. Isso porque berço limita a autonomia do bebê, segundo a Eva. Assim, enquanto não há solução alternativa, a Sol dorme na cama de Manu e Eva.

A Eva, que é uma mãe lindona, anda pela casa com os peitões de fora. O Gui tinha se impressionado com o fato quando foi visitá-los, mas a verdade é que os seios doem muito no começo da amamentação e a roupa acaba sendo super desconfortável, então peitos livres.
Sobre isso, preciso contar que, quando o Gui me contou isso, eu disse pro Guiba (o Guiba é o meu Gui, para quem não conhece todos os personagens da história), que participava da conversa "Big, pode se preparar que eu também vou andar com os peitões de fora". Aí, ele, que não entendeu a temporalidade da coisa, estranhou e disse algo como "Mas, pera, você vai chegar lá, na casa deles, tirar a blusa e ficar de peitão de fora também?!?!". Eu não fiz isso, by the way.

Eva chora quando a Sol chora. E só de ouvir o choro da pequena, os peitões da mamãe já começam a derramar litros de leite. Acho incrível como o homem é animal. Ok, isso não é incrível; é óbvio. Mas acho incrível constatar isso. Eu e Manu ficamos divagando sobre o tema.

No dia em que fui lá, foi a primeira vez que a Sol saiu para dar um passeio a pé. Ela ainda não foi à cachoeira; foi só à casa do vizinho. Mas quando ameaçou chover, o Manu voltou com o pacotinho Sol embaixo do braço, correndo e protegendo a bebêzinha da chuva e dos cachorros pelo caminho.

O jeito dele com a Sol me fez ver que o Manu é um pai protetor. Eu achei fofo.
Mas ele não pode sofrer em ser protetor, porque a Sol perdeu o umbigo provisório com três dias de vida, o que, segundo Eva, indica que ela será muito independente.
Melhor eles irem se preparando.
Se bem que parece ser algo muito distante quando você considera que, no presente momento, tudo o que a Sol faz sozinha é dormir, acordar e dar uma choradinha. Ela também mama nas posições mais incríveis, mas isso ela não faz sozinha. Depende de ajuda.

Sol, Eva e Manu moram no meio do mato. Pertinho da cachoeira. Mas a civilização mais próxima da casa é justamente o shopping mais chique de Brasília, o que, segundo Gui, vai dar tilt na cabeça da pequena.
E a contar pelo pai, que tem estilão meio mato-meio cidade, ela deve ter uma vida mais equilibrada. Afinal, Manu mora no meio do mato, mas puxa 130 metros de cabo para ter internet decente.
De qualquer forma, acho que não tem chance de ela virar patricinha. Ela deve mesmo crescer comendo as formigas do jardim (e criando muita resistência).

Acho que o choque de urbanidade (assumindo que Brasília não é lá muito urbana mesmo), ela terá quando for maiorzinha, vier a São Paulo e ficar aos cuidados dos tios urbanóides (eu, Ester ou Bruno). Aí, ela saberá o que é um cinema com filmes alternativos, o que é muita poluição, o que é o metrô na Paulista, aliás, o que é a Paulista, o que é o trânsito, o que é comer o yakissoba do Parque Trianon, um pastel de feira ou o dogão da van (ops! Este último nem eu, nem Ester e nem Bruno encaramos, então vamos ter que deixar aos cuidados do tio Guiba).

De qualquer forma, antes de nós estragarmos a Sol (o que é papel de tio mesmo), devo dizer que, pelo que vi, Manu e Eva estão fazendo um belo trabalho.

Aliás, Manu é um pai incrível. E não porque troca as fraldas (o que me garantiram que ele faz, apesar de eu não ter visto). Mas porque ele incorporou e está curtindo o papel de pai.
E o mais legal de ver seus amigos terem filhos, em minha opinião, é vê-los virarem pais.
Meio clichê, concordo. Mas acho incrível mesmo assim.
Eu vi isso no meu amigo Manu. E adorei o pai que ele virou.
Apesar de ainda estar me acostumando com a ideia (afinal, conheço o Manu há dez anos, né?).

Enfim, o post era para deixar registrado o momento incrível que estamos dividindo com Manu e Eva.
In-crí-vel!

E também para registro, fotos da Sol.
Tentei achar uma foto boa em que ela estivesse no meu colo, mas eu tenho um problema sério em fotos com bebês. Não tem uma em que eu não saia com cara abobalhada de encantamento.
Então, vamos evitar a exposição.
Pensei em colocar foto da Sol com a Eva, mas não tem nenhuma em que ela não esteja de peitão de fora. Nesse caso, também achei melhor evitar a exposição. E as visitas indesejáveis ao blog.

Assim, vai uma fotinho da Sol, que eu tirei no dia da minha visita. E outra que o Manu tirou no dia em que ela nasceu.

A minha foto da Sol dormindinho.


A foto do Manu, da Sol com close em seu pé.



Parênteses sobre o tema pé: eu calço 39. E desde adolescente. Sofri muitas vezes para achar sapatos de adolescente para meus pés 39. Ainda bem que os tempos são outros e hoje é fácil achar sapatos 39 de todos os modelos, porque, a contar pelo tamanho dos pés da Eva e do Manu, a Sol vai calçar 39 aos oito anos.



PS: Estou sofrendo para publicar este post, porque queria escrever algo bonito sobre nascimentos e vida e se tornar pai e tudo o mais. Só que o meu jeito de escrever não me permite. Assim, fico aqui pensando se o post está à altura do momento incrível... Se não estiver, espero que entendam a boa intenção!