segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sobre nascimentos


E nasceu o Tomás.

O Tomás chegou mais de um mês adiantado.
Nós (eu e Guiba, com certeza, e outros que se solidarizaram com a causa), nos sentimos um pouquinho culpados pela chegada adiantada, uma vez que a Naná foi da nossa festa direto pro hospital. Talvez o médico da Naná não tenha sido lá muito explícito ao falar sobre repouso, vai saber. Mas diante da nossa culpa, o Pedroca foi super enfático e disse que ele ia chegar mais cedo de qualquer jeito, já estava se preparando para isso e ponto. Ninguém mais precisava sentir culpa. Alívio geral.

Tomás nasceu no dia 25 de junho, às 11:00, no Hospital Santa Catarina. Feriado de Corpus Christi. E véspera da Parada Gay de São Paulo. Em 2011, a Parada Gay de São Paulo é reconhecida como a maior do mundo e rola na Avenida Paulista, a mesma avenida em que fica o Santa Catarina. Pensamento de todo mundo que foi visitar Naná e Pedroca no dia do nascimento do Tomás: “ainda bem que foi hoje, né? Se fosse amanhã, ninguém chegaria aqui...”.

Ponta de lança Tomás, nas palavras do tio Gui, nosso escritor de emails preferido. Nascido antes da hora, mesmo que com uma certa expectativa nos últimos dias, o Tomás não tinha ainda tudo pronto para sua chegada. Não tinha nem rolado o famoso chá de bebê, que ajuda papai e mamãe a montar o kit baby em casa.

Assim que nós, os tios, corremos para comprar várias coisinhas básicas que o Tomás ainda não tinha (lençol, toalha, banheira, cobertor e fraldas. Fraldas, muitas fraldas, assim a Leu mandou). E lá fomos nós para a maternidade. Dar um beijo e um abraço na Naná e no Pedroca e não ver o Tomás.

Afinal, ele nasceu antes da hora e não ia ficar por lá dando sopa para todososmicroorganismos que nós carregamos conosco impunemente. Poderiam não ser impunes para eles, não é?

Mas foi ótimo ver Naná e Pedroca recém-pais. Na realidade, todos ficamos mesmo foi mega impressionados com a Naná que, mesmo depois de um parto natural (na-tu-ral, viu? Sem anestesia, nem nada, na raça, coisa pouco comum nesse século XXI), estava lá, sentadona, batendo mó papo, tirando sarro da sua situação de recém parideira, bem Naná mesmo.

Além dos presentes do chá com bebê, que a gente carregou para o hospital no maior estilo sacoleiros, eu e Guiba levamos o nosso presente especial. A música do Luiz Tatit que anuncia a chegada do Tomás. Aquela que a gente já conhece faz tempo e sobre a qual conseguiu guardar segredo durante todos os meses em que já sabíamos que o Tomás seria Tomás, para só dividir com papai-Pedro e mamãe-Anaí quando o Tomás chegasse de fato. Para quem não conhece e ficou curioso, a música aqui:

Uma alegria só!


No dia em que o Tomás nasceu e enquanto estávamos por lá, a mamis Naná precisava ficar de repouso por umas horinhas (e a gente até deixou, viu!). Então, que desceram Pedroca e vovó Márcia para visitar o pequetico. Quando voltaram os dois, ótimas notícias, tudo bem com o baby e um pequeno detalhe, ele tinha tomado um pouquinho de leite materno de outra fonte, que não a mãe dele. Anaí ensaiou um sentimento de ficar p. da vida. E o comentário da minha pessoa foi “Nanis, saiu de você tá no mundo”. Aí, diante de um olhar que insinuava a fúria da Naná, a Márcia falou para eu tomar cuidado que ela estava sensível e poderia me xingar. Não xingou. Mas se tivesse xingado, seria bem Naná também, né?

O Pedroca também voltou com fotos do Tomás. E eu concluí que ele era um neném com cara de bem resolvido, nem parecia que tinha chegado adiantado.

Então que Naná passou os dias seguintes ao nascimento do pequeno alternando entre o bebê e a sala onde se tira leite (sala de ordenha, mas vamos evitar, né?) para garantir a alimentação do Tomás enquanto ele ficou no hospital.

Aí, passados alguns diazinhos o Tomás foi para casa.

E a tia coruja aqui foi visitá-lo no mesmo dia:

(cara de panaca da pessoa. Coruja, eu?!?!)


Fofos de tudo.

Quero deixar registrado que, apesar de tê-lo feito durante toda a gravidez, desde que ele nasceu, eu não chamei o Tomás de Tomate. Mas, devo dizer que mesmo tendo sido bem comportada, os demais tios postiços não foram e logo de cara chamaram o Tomás de Tomatinho. Agora, até aí, tudo bem porque logo descobrimos que a Naná também já tinha chamado o filho dela de Tomate, porque ele fica com a cabeça toda vermelha quando faz força, ao chorar ou fazer cocô.

Enfim, mas tudo isso contando que todos nós fomos visitar Tomás numa noite dessas.
Numa noite, bem noite, porque Pedroca e Naná são pais desencanados. Tanto que o Manu até comentou que poderia deixar a Maia Sol para um estágio por lá.

Quando o Bruno chegou, ele entrou com cara de criança travessa depois de tomar uma bronca. Isso porque ele foi para lá depois do trabalho. E ele sai do trabalho à meia-noite. O porteiro do prédio da Naná e Pedroca ficou super indignado e deu bronca no Bruno por conta do horário em que ele estava chegando para visitar um casal que acabou de ter um neném “Isso é hora de visitar quem acabou de ter bebê??”. Mas os anfitriões, donos da casa e recém-pais, não estavam se importando com o horário da visita, assim que o Bruno pôde ficar tranquilo.


E na nossa visita coletiva ao Tomás, ninguém pegou o pequetico no colo. Só ficamos todos olhando e babando. E o Tomás super na dele, dormiu quando quis, mamou quando quis, fez cocô quando quis, enfim. E enquanto jantávamos botando o papo em dia e dando altas gargalhadas quando necessário, o Tomás ficou por lá, num sono de dar inveja, ao som de Billie Holiday – o garoto tem gosto desde cedo, hein?

E cenas da nossa visita coletiva:
Tios Gui e Bruno babando e acompanhando a troca de fraldas. Ou seria aprendendo, né?



Manu, que já conhece bem o esquema, mas não deu pitaco.



Dada tamanha desenvoltura na troca de fraldas, o Guiba virou pro Pedro e perguntou “Ô Pedroca, quantos desses aí você já teve, cara???” E o Gui complementou: “Ou fez estágio na Alô Bebê?”.

Trocado e cheirosinho com o tio Guiba de olho.


Mais uma vez registro o fato de que mais bacana do que ver os bebês nascendo e ter a sensação incrível e coruja da chegada de um novo sobrinho, é ver nascer os meus amigos pais.



Assim como achei o Tomás um bebê bem resolvido, Pedroca e Naná são pais super bem resolvidos. Tranquilos na arte de serem pais.



Tomás, querido, acho que você deu sorte que seu pai e sua mãe já tiveram várias sobrinhas antes de você chegar para dar aquela ensaiada.

Enfim, Pedroca e Naná estão vivendo o momento novo com as dores e delícias típicas e nós, por aqui, assistindo de camarote. Eu estou super orgulhosa dos meus amigos. E super confiantes neles para o difícil processo de educar alguém nesse mundo muito doido em que vivemos.



Adoro ver casais bacanas botando filho no mundo. Grandes chances dos filhos se tornarem também pessoas muito bacanas. E o mundo ter um futuro melhor.

Tomás, quando você estiver maiorzinho, a gente avalia se tá funcionando, tá?





E demorou, mas aqui está o texto sobre o nascimento do Tomás. Bem no dia em que ele completa um mês de vida nessas bandas de cá.
(com a colaboração do tio Bruno que, jornalista e editor que é, cortou metade do meu texto antes de ir pro ar).

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre os choros de junho

Fico pensando que talvez junho tenha sido o mês em que mais chorei na vida (pelo menos na parte da vida de que me lembro – obviamente descontando os primeiros meses de vida, em que a comunicação basicamente se dá pelo choro e dos quais não me lembro. Se bem que, pelo que me contam, eu não era uma bebê chorona, enfim!). De qualquer maneira, chorei mesmo muito nesse último mês.

E não foi choro de tristeza.
Assim como os bebês, acho que também temos diversos tipos de choro. Em mim, eu reconheço alguns: o básico choro de tristeza, o choro de dor (física, porque outras dores se enquadram no choro de tristeza, né?), o choro de desespero, o choro de angústia/ansiedade, o choro de cansaço e o choro de emoção. Esqueci de algum? Da minha experiência, acho que essa é a lista.

Então que meus choros de junho se concentraram basicamente nesses três últimos tipos. Muitas mudanças por aqui que, por sua vez, geram ansiedade/angústia, cansaço e emoção.
Mas esses choros nem são ruins de se chorar. São até bons, porque com as lágrimas as sensações se afloram, ficam evidentes e mais fáceis de serem divididas. Alguém concorda com a psicologia de botequim?

Ok, tudo isso é introdução para contar que junho foi um mês do cacete.

Gui e Leu casaram, eu e Guiba casamos (em ambos os casos, casamento não significa papel, juiz ou padre, tá bem? Só uma festa e alguns discursos, ou seja, o que interessa de fato). No fim da última festa, o Bruno pediu para darmos um tempo de uns dois meses para o próximo casamento porque o coraçãozinho dele poderia não aguentar tanta emoção concentrada.

Tudo bem, mas nem sempre a gente consegue combinar os prazos, né? E aí que chegou mais um momento emocionante.
Nasceu o Tomás!
O filho da Anaí e do Pedro (ou Naná e Pedroca, o que nos soa bem mais familiar, in the case). O segundo filho da nossa turma! Uma alegria só!

Mas como nascimentos merecem ser decentemente celebrados, não vou deixar o registro do nascimento do Tomás depois da introdução sobre os choros de junho. Vou deixá-lo em um post à parte.

(em breve, em breve, eu juro)