quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sobre a memória das coisas

"Or les souvenirs d'amour ne font pas exception aux lois générales de la mémoire, elles-mêmes régies par les lois plus générales de l'habitude. Comme celle-ci affaiblit tout, ce qui nous rappelle le mieux un être, c'est justement ce que nous avons oublié (parce que c'était insignifiant, et que nous lui avons ainsi laissé toute sa force). C'est pourquoi la meilleure part de notre mémoire est hors de nous, dans un souffle pluvieux, dans l'odeur de renfermé d'une chambre ou dans l'odeur d'une première flambée, partout où nous retrouvons de nous-mêmes ce que notre intelligence, n'en ayant pas l'emploi, avait dédaigné, la dernière réserve du passé, la meilleure, celle qui, quand toutes nos larmes semblent taries, sait nous faire pleurer encore."
(Marcel Proust, A l'ombre des jeunes filles en fleurs)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Sobre astrologia

Parem o mundo que eu quero desceeeeeeeeer!!!

Sério mesmo, precisa ser assim tão infernal o inferno astral?!?!
Tô imaginando como será o retorno de saturno...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sobre a saudade

A saudade que mais dói não é a do passado que já foi, mas a do futuro que poderia ter sido.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Sobre meu dia de Cinderela

[a Helga vai se interessar por essa, mas aqui não tem nada de Helgolandia, tá?]

É que depois do meu dia de fúria de anteontem, ontem foi meu dia de Cinderela.

É porque eu estava de traje passeio como pedia o convite (aliás, preciso comentar o lance para o qual fui convidada depois) e, no visual passeio, eu estava de meias finas.
Manjam aquela meia tipo meia-calça, mas não aquela que é calça, aquela outra que usa com cinta-liga, segundo a Ester, e que, se eu tivesse aprendido com a minha mãe, eu nomearia de meia 3/4 ou 5/6 ou 3/8, ou sei lá que raios de fração?
Então, isso.

Mas meus sapatos são os de sempre e eu compreendi que eles não comportam a fineza das tais meias.
E então que eu passei o dia perdendo os sapatos, tal como Cinderela.
Literalmente.

No meio da rua no centro de São Paulo, na escada do McDonalds, na escada do metrô, na escada do metrô de novo, no meio da rua de novo, na escada do metrô mais uma vez e outras dezenas de vezes tentando descer a Consolação.
Foi assim.

Na primeira vez em que dei um passo e o sapato ficou lá atrás, eu voltei pulando de um pé só para resgatá-lo e fiquei um tanto constrangida, tentando encaixá-lo no meu pé sem sujar minha meia no chão da Praça da Sé.
Aí, depois, o negócio ficou tão corriqueiro que eu já morria de rir sozinha tentando resgatar o sapato perdido e sem muito sucesso porque, rindo, o negócio se tornava bem mais difícil.
E príncipe encantado nessa hora, benhê, não aparece nenhum, pode ter certeza.

Aí, eu fiquei um tanto receosa de perder meu sapato na saída do metrô e ele se estatelar lá embaixo e eu só poder resgatá-lo horas depois (isso aconteceu com a pasta da Andi e ela só pode resgatá-la horas depois, eu bem sei) e comecei a andar como uma pata, especialmente ao sair do vagão quando você deve tomar aquele cuidado básico com o vão entre o trem e a plataforma.
Sabem o "Mind the gap" dos trens de Londres?, no meu caso virou Mind the shoe!
Patético!

Eu sou mesmo uma lady, não?
Minha mãe sempre me diz isso e eu bem que acredito...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sobre um dia de fúria

Eu trabalho no Pátio do Colégio.
E bem aqui em frente tem um espaço reservado para o estacionamento de motos.
E aí que dia sim e o outro também o alarme dessas motos dispara.
E isso acontece inúmeras vezes por dia.
"Este veículo está sendo roubado e é monitorado pela CarSystem. Ligue 0800-772 72 71", manjam?

E aí, eu penso "obviamente esse veículo não está sendo roubado, porque, caso estivesse, o alarme não estaria berrando na minha orelha e me mandando ligar para a CarSystem. Não, eles passariam - moto e alarme - pelo meu prédio e iriam embora". Certo?
Pois é, ele tanto não está sendo roubado que essa joça de alarme fica aqui embaixo na minha janela berrando no meu ouvido enquanto a motoca está ali paradinha esperando voltar o motoboy, seu proprietário, que deve estar fazendo uma entrega pelas ruas do centro.

Então, ontem eu me enchi e liguei para a CarSystem.
Depois de ouvir as opções do menu eletrônico, digitei 5 para comunicar um roubo.
E comunico. O roubo de uma moto no Pátio do Colégio.

- Ok, senhora. A senhora poderia me informar a placa do veículo?
- Não, eu estou trabalhando no prédio e o alarme está soando lá fora. Aliás, meu caro, pensando bem, se esse alarme está soando a horas na minha orelha, talvez o veículo não esteja sendo roubado, né?
- Correto. Deve ter disparado o alarme sem que tenha havido o roubo do veículo.
- Correto. Então, como você vai fazer para essa joça parar?
- Então, eu preciso que a senhora me informe a placa do veículo para que eu contate o proprietário para que ele vá até o veículo e desligue o alarme.
- Ah, sim, você tá me zoando, né? Porque isso acontece várias vezes por dia. Então, você quer que cada vez que essa joça dispare eu pegue o elevador, desça 5 andares, chegue na rua, verifique a placa do veículo e volte para ligar para você para avisar que a bosta do alarme da moto placa XXX XXXX disparou na frente do prédio em que eu trabalho?!?! É isso?!?!
- É a única forma de contatarmos o proprietário, senhora.
- Ah, então talvez fosse o caso de eu deixar um funcionário à disposição para fazer isso porque esses alarmes disparam umas 10 vezes por dia.
- Senhora, sem a placa do veículo, não há nada que eu possa fazer.
- Ok, então porque você não manda um funcionário seu ficar aqui na frente do meu prédio, com um telefone na mão, verificando as placas das motos que têm os alarmes disparados e ligando para você, pode ser?
- Vou registrar sua sugestão senhora.
- Ah, vai? Muito obrigada.
- Sim, vou passá-la para minha supervisão.
- Ok, claro. Então vou ficar aqui na janela esperando o funcionário da CarSystem chegar e tentando não enlouquecer com esse maldito alarme...

E o João, o boy aqui, ficou indignado que eu descontei minha raiva em cima do sujeito que estava do outro lado da linha.
Ok, ele não tem nada a ver com isso, eu sei.
Mas alguém precisa ouvir, meudeus.
Porque eu fico ouvindo o cara da CarSystem gritar na minha orelha o dia inteiro. IN-TEI-RO.

Vocês acreditam que isso está acontecendo agora neste segundo?
Juro!

E é de enlouquecer.
E como é o inferno astral e tá tudo muito muito errado mesmo, eu descontei as raivas acumuladas no sujeito da CarSystem que não tem nada a ver com isso. Eu sei.

Foi mais ou menos um dia de fúria.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Sobre o inferno astral e formas de dribá-lo

É um mês antes, né?
Pois então que ele começou em grande - enorme! - estilo.

Meu joelho se auto-fodeu.
(Eu e meu joelho. Quando vai ter transplante dessa joça?!?!)
Eu ando estressada de tanto trabalho.
E eu me enrasquei nos enroscos do amor sem fim.

E é madrugada de domingo pra segunda mais de uma da manhã e a perspectiva de que segunda começa daqui a muito poucas horas que passam depressa e o joelho arrebentado e o coração apertado e a cabeça a mil são o cenário de uma triste noite de tristeza.
(Este é o início do inferno astral, que se assim seguir não me permitirá chegar inteira aos 27...)

Mas então que eu achei um jeito de driblar essa fase infernal. Ou pelo menos de amenizá-la.

Eu vou para a sala. E ela está lá, para ouvir meus lamentos e me abraçar enquanto eu choro e choro.
E ela vai dizer para eu não chorar que vai passar, porque se tem uma coisa que a gente já aprendeu nesses mais de 8 anos de amizade é que vai passar. O que é bom e o que é ruim. Sempre passa.

E a gente vai rir juntas depois.
E a gente sempre ri juntas depois.
Ou durante.

E nesse dia foi assim.
Enquanto eu choro, ela resolve contar uma história - porque isso é o que ela mais gosta de fazer, talvez, contar histórias que nunca terminam. E ela conta de um lado e eu conto de outro.
E aí, nas histórias que vão e vem, a gente cai na gargalhada, invariavelmente, porque nossa vida é mesmo muito muito cômica.

E então, com o joelho que não dobra, os olhos vermelhos e o coração ainda partido, eu vou dormir tranquila depois das gargalhadas que vieram assim, meio do nada, meio da vida.
E na manhã seguinte ela ainda me manda mensagem torcendo pela melhora do joelho.

É, minha amiga, você salva o dia e faz uma diferença enorme na minha vida.

Acho que assim que são as coisas grandes de fato. Enormes, de fato. Elas acontecem no cotidiano, dentro de casa no domingo de madrugada.
E é isso que faz a vida ficar boa.
Assim, simples assim, gargalhando no meio das lágrimas.
E escrevendo blogs apócrifos para deixar na história... Vai???

E agora que as minhas questões (quase todas) se resolveram tão rapidamente como elas apareceram, eu vou cuidar dela, porque agora é ela quem precisa de cuidados. E seguramente a gente vai chorar e rir e chorar de rir. Tudo de novo.
E eu espero fazer tanta diferença na vida dela como ela faz na minha... Ah, se espero!

Teca, love you soooo much.

domingo, 5 de abril de 2009

Sobre gostos e viagens a trabalho

Eu e o Dê dividimos - entre outros - esse gosto em comum: conhecer um lugar diferente inclui, necessariamente, conhecer a comida típica.

Carneiro e tacacá em Boa Vista - RR foram o começo dessa história.

Agora, com as agendas complicadas, a gente só fica se invejando.

Semana retrasada, ele e o fígado com jiló mineiro.
Semana passada, eu e a moqueca capixaba.

Sobre telefones e o destino n. 2

[essa eu mandei pro Og por mensagem de texto]

Quarta de manhã. Aeroporto de Vitória-ES. No saguão. Esperando o motorista. O quê?
O orelhão!
Juro mesmo.

(E ninguém atendeu. E o orelhão tocou e tocou. O Og mandou eu me manter longe. E eu obedeci.)