segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre pontos de exclamação

O Fê, comentando este blog, me mandou o seguinte trecho do Adorno:
"O ponto de exclamação não se assemelha a um ameaçador dedo em riste? Os pontos de interrogação não se parecem com luzes de alerta ou com uma piscadela? Os dois-pontos, segundo Karl Kraus, abrem a boca: coitado do escritor que não souber saciá-los. Visualmente o ponto-e-vírgula lembra um bigode caído; é ainda mais forte, para mim, a sensação de seu sabor rústico. Marotas e satisfeitas, as aspas [»«] lambem os lábios."

E aí, ele diz que eu uso pontos de exclamação demais por aqui; que eles não encerram períodos, mas afirmam verdades; que eles não se assemelham a um dedo em riste; e que identificar ponto de exclamação com dedo em riste é coisa de alemão e trauma com autoridades...
Ele defende a ressignificação do ponto de exclamação. Por aqui eles seriam sinais da “abertura-fechamento de um ítalo-brasileiro que gesticula ao falar”.
É isso. Eu gesticulo ao falar, até por escrito!, e uso pontos de exclamação pra isso.
Ainda segundo o Fê, sinal da minha intensidade.


Adorei!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sobre a sexta-feira

TGIF!!!

Sobre o mau humor

Ando mal humorada e este blog reflete isso.
O Og percebeu e reclamou, e o Manu falou sobre meu mau humor bem humorado.
Adorei essa, tenho um mau humor bem humorado!
E tiro sarro de mim mesma. Eu me auto-saboto, mas me auto-divirto. RÁ!

Mas acho que não sou mal humorada sempre, vai gente!
Esta época do Natal me deixa um pouco irritada, essa é a verdade.
Mas o bom é que logo depois dessa fase chata vem a virada do ano.
E eu A-DO-RO virar o ano! Com o pé no mar, a cabeça na lua e o coração a miles...

E encerrando este ano – estou com a Ester, dezembro precisava ter mais uma semaninha pra ajudar a resolver a vida, mas já que está no fim –, que venha 2009!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sobre corretores de imóveis

Um corretor de imóveis pode fazer da sua vida um inferno.
O cara te liga várias vezes no mesmo dia para dizer que ele tem o melhor negócio do mundo, que ele conseguiu o melhor preço, que é absolutamente imperdível, que (apesar de mal te conhecer) ele está te priorizando, que você tem que fechar o negócio naquele dia ou você vai perdê-lo...
Aí, você diz, ok, vou perder, porque hoje eu não vou fechar.
E no dia seguinte, ele te liga de novo.

O que tenho aprendido sobre corretores:
Não tente contrariá-los, você sempre está errada.
Não tente demonstrar sua vontade, seus desejos são equivocados.
Não tente dizer que extrapola o seu orçamento, você não sabe o quanto vale aquele imóvel.
Não tente explicar que você não tem interesse em morar na Consolação com a Oscar Freire, no melhor point dos Jardins, do lado, do lado!, da Oscar Freire e todas as suas lojas, porque você só pode ser muito louca em preferir morar mais para cima, ou do outro lado, perto do metrô e dos cinemas. Afinal, que mulher, meudeus!, em sã consciência, não quer morar do lado da Oscar Freire?!?!?

É, corretores de imóveis cumprem o papel dos mais chatos vendedores do mundo. Alguém discorda?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sobre o clima em São Paulo (ou sobre o humor dos paulistanos)

As pessoas que vivem em países em que as estações do ano são bem definidas devem ter o humor muito mais regular do que as que vivem em São Paulo.
É incrível a variação climática desta cidade.
Fico me perguntando se sempre foi assim ou se o aquecimento global tem deixado as coisas mais caóticas. Alguém sabe?
Não à toa que nos lugares em que existem as 4 estações do ano, de fato, as pessoas comemoram a chegada da primavera ou do verão com grandes festas.
Em São Paulo não dá.

Aqui, estamos no meio de dezembro, às portas do verão, e eu usei lenço no pescoço nos últimos três ou quatro dias (isso demonstra – além da minha elegância! – o absurdo climático de São Paulo, e me faz pensar que o meu chakra do pescoço deve ser o mais sensível do meu corpo, já que não vivo sem colar, lenço ou cachecol enrolado nele).
Hoje cedo fazia frio e uma chuvinha que deixava a cidade com um ar triste. E agora faz sol e um calorzinho chato para quem está com uma roupa para o friozinho e trabalha num escritório que está mais para uma estufa.
Só aqui temos todas as estações do ano no mesmo dia. É uma aventura!, você acorda no inverno, ao meio dia é verão e no fim da tarde ficamos entre o outono e a primavera.
E se o clima mexe com o humor das pessoas (com o meu mexe, seguramente. Acordar num dia cinza de chuva me deixa um tanto melancólica), o paulistano tem o humor mais variável do planeta.

Lição do dia: o clima em São Paulo não deixa ninguém entediado.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sobre a época do Natal

Eu já fui mais bem humorada com o Natal.

(do site http://www.ordinarycomics.com/december2008/5december2008.htm, enviado pela Ester, que, não sei porquê!, achou a minha cara)

Mas viver em São Paulo nesta época do ano está se tornando impossível. Impossível!

Ontem, numa segunda-feira, às onze da noite!, eu fiquei um tempão para conseguir atravessar a Paulista da Brigadeiro à Consolação porque todos os carros estavam a 2 km por hora apreciando as decorações natalinas dos prédios da avenida. Agora tem até projeção de um desenhinho animado cheio de Papais Noel.
E mal humorada, no trânsito, eu fiquei pensando que pelo menos a decoração da Paulista não é a pior do mundo. Tem algum senso estético (?!). Também, com os milhares de reais gastos para colocar luzinhas, bolas vermelhas, douradas, prateadas, papais noel, mamães noel, ursinhos, trenzinhos, pinheiros, projeções de desenho animado, etc., deve sobrar algo para contratar um decorador, né?
Agora, triste mesmo, e de chorar ou de xingar!, é a decoração de Natal da casa das pessoas, especialmente o que se pendura nas janelas dos prédios.
Como alguém pode achar razoável pendurar um papai noel na sua sacada?!?! E uns laços vermelhos gigantescos?!?!
Por que raios as pessoas não testam as luzinhas antes de pendurá-las???
E por que ao pendurá-las, elas não deixam uma linha reta, contornando a janela, simplesmente? Por que elas tentam fazer desenhos que são indecifráveis???
Não existe nada pior do que aquele fio de luzinhas penduradas, uma parte piscando, a outra parte toda acesa, outra parte toda apagada, pendurados numa espécie de desenho que dá a impressão de que o sujeito ficou com preguiça de desembaraçar o fio e deixou por isso mesmo. E se forem coloridas então, é uma tragédia. E as que tocam musiquinha são um verdadeiro atentado ao convívio harmônico entre os habitantes da cidade.
Você fica na sua casa e uma luz intermitente vinda diretamente da sacada do prédio ao lado, fica iluminando a parede da frente, acende, apaga, sem nenhuma regularidade, e ainda toca uma musiquinha de fundo. Insuportável.
Aí, eu me pergunto, o sujeito que é dono do apartamento não fica em casa?!?! Como ele pode agüentar isso, meudeus???
Mas eu sei a resposta, ele está na Paulista.

Não dá, gente! Quer pendurar luzinha de Natal (você não deveria, pense no quanto de energia é desperdiçada com as luzinhas!), mas quer, então, pelamor!, pendure luzinhas brancas, que não piscam, que não toquem musiquinhas, e certifiquem-se de que todas elas estão funcionando corretamente.
O bom gosto agradece.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sobre o meu joelho

Tenho uma fantasia que me aterroriza com freqüência.
Um dia, meu joelho vai despertar, olhar para mim com uma cara blasée, dizer “eu desisto de você” e ir embora.


“Eu mereço”, é o que eu vou pensar no dia em que isso acontecer.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sobre bulas de remédios

Lição do dia de ontem: bulas de remédio não devem ser lidas por pessoas normais.

(a não ser que você seja um hipocondríaco e queira começar a sentir automaticamente os sintomas das reações adversas que você não está tendo)

Ontem, depois de tomar a injeção que fará efeito pelos próximos 3 meses (leia-se, já era!), resolvi ler a bula do troço.
Erro!
Ao ler que eu poderia ter taquicardia, tontura e sudorese, comecei a ter tudo isso no mesmo instante e pensei que ia desmaiar no elevador do trabalho.
E para que saber que você pode ter osteoporose, ter aumento de peso, ou perder a libido, se você já tomou o raio da injeção?!?!?!
Melhor é não saber.
E na bula que li ontem tem toda uma sessão sobre coisas que você deve avisar seu médico se acontecerem.
Coisas do tipo: perda súbita da visão.
Nãããããão, sério que se eu perder subitamente a visão eu devo avisar meu médico?!?!?!
Nunca imaginei ter essa reação, viu!
Ó céus, se eu perdesse subitamente a visão, quem será que eu avisaria???
O Saramago? (como recomendou o Manu)


Sério mesmo, para que raios eles precisam te aterrorizar com todas aquelas informações, meudeus?!?!
Os médicos que se divirtam com as bulas!, que eu não leio mais.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sobre este blog (ou sobre o fato de eu andar verborrágica)

Pois é, tenho um blog.
E o criei assim, meio do nada mesmo, porque pirei quando encontrei este nome "Sobre n coisas".
E é essa mesma a minha idéia de ter um blog, falar sobre n coisas.
Sobre as coisas que vou formulando e reformulando por aqui, nos meus pensamentos, na análise, nos debates virtuais e nas conversas do mundo real.

E ando verborrágica por escrito, essa é a verdade.

Nunca fui muito fã do diálogo feito via comunicação escrita, mas agora gasto um tempão escrevendo emails para todo mundo, dividindo coisas prosaicas, coisas nem tão prosaicas, alguns pensamentos profundos e outros um tanto rasos.
E ando tão na pilha de escrever que já estou pensando que vou precisar rascunhar os textos antes de começar a escrevê-los de fato porque eles correm o risco de ficar intermináveis.
Esta apresentação do blog já me parece interminável.

Enfim, tenho um blog para escrever sobre n coisas, essa é a síntese da apresentação.

E ao criar o blog, não deixo de me fazer duas perguntas:
1. Por que eu preciso publicar a minha verborragia?
2. Quem vai ler tudo isso?

A resposta da primeira é: porque me deu vontade. Além de me faltar o senso crítico para avaliar que não escrevo nada assim tãããão interessante que mereça ser lido.
Já a resposta da segunda pergunta é: não sei.
Neste exato momento em que escrevo, só contei da intenção de fazer um blog para duas pessoas.


E, falando bem a verdade, não estou me importando muito com quem vai ler o que escrevo. Estou a fim de escrever e, por ora, isso me basta.
O dia em que isso não for mais suficiente, eu repenso a existência do blog. Ou encontro um editor.