segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sobre a minha primeira vez

Posso contar uma coisa bem pessoal?
Posso, claro, né?, o blog é meu.

Hoje, nesse dia 31/10/2011, faz exatamente 18 anos da primeira vez em que fiquei menstruada.

Eu fui contar sobre a maioridade da minha menarca para o Guiba. E ele não achou nada demais nisso e ainda me perguntou porque eu, que não tenho memória para nada, lembro desse dia.
Pois bem, eu lembro desse dia. E vim aqui para contar.

Lembro porque era Halloween, agora Dia do Saci nas terras brasileiras.
E era um feriadão de calor por aqui.
Lembro que no prédio para o qual eu tinha me mudado pouco tempo antes, o antigo zelador deixara seus móveis no salão de jogos que ainda não tinha jogos.
Sofá, colchão, cadeiras, o cenário ideal para... olimpíadas.
E nós, a molecada do prédio, estávamos lá, brincando de olimpíadas com os móveis do cara.
Como vocês devem ter sido capazes de imaginar, olimpíadas consistia em fazer atividades de pular o sofá e cair no colchão, de diferentes maneiras, dar cambalhotas e estrelas e se estatelar no colchão, fazer obstáculos com os móveis, enfim, uma infinidade de possibilidades.
Bom lembrar que àquela época não existiam câmeras nos prédios que rapidamente denunciariam as nossas peripécias olímpicas.
Enfim, éramos crianças felizes, ativas e não vigiadas por vídeo-monitoramento.

Mas não é que justo naquele dia em que a brincadeira era a manobra radical eu deixei de ser criança e virei mocinha?!?!

Eu me senti meio estranha, com uma sensação estranha, na verdade, e subi em casa para fazer xixi.
Ao me ver ali, com aquele sujinho na calcinha, chamei minha mãe.
E minha mãe, que pode render vários posts por si só, teve aquela atitude típica (?) de mãe.
Achou incrível minha primeira menstruação e foi toda feliz me abraçar enquanto eu estava sentadinha na privada com cara de não estou nada feliz com esse momento.
E trouxe o absorvente.
Dicas práticas sobre como usar / quando trocar, enfim a etiqueta do absorvente, e lá fui eu de absorvente no meio das pernas voltar para a olimpíada.
Vale lembrar que à época o Intimus Gel ainda não tinha revolucionado o conceito de absorvente, a gente chamava absorvente de modess e o troço dava a sensação de que você estava usando uma tábua de passar no meio da pernas.
Preciso dizer que não consegui mais me sentir uma atleta olímpica com habilidade e desenvoltura de movimentos???
E como toda pré-adolescente, eu não poderia imaginar vergonha maior naquele momento do que se os meus colegas atletas olimpícos descobrissem a minha condição.
Disse que estava com dor de barriga.
E passei o resto do dia em casa me sentindo a ex-criança mais infeliz da face da terra.

Mas era noite de Halloween e nós tínhamos programado fazer um "doces ou travessuras" pelo prédio todo.
Aí, lá fui eu, me sentindo super desajeitada, de porta em porta, junto com meus colegas bruxas e zumbis para ganhar doces pelo prédio.

Lembro bem da sensação de me sentir fora de contexto.
Eu era uma mocinha. E lá estava eu fazendo coisas de criança.

Enfim, não lembro mais de nada relevante a não ser essa sensação de estar fora de lugar e estar usando uma tábua de passar.

Passados tantos anos, além da sensação de ter envelhecido (essa me acomete sempre que que calculo quantos anos já se passaram de algum fato marcante, por exemplo, já faz mais de 10 anos que tenho carta de motorista!), penso que vai ver que esse trauma da primeira vez fez com que eu, para todo o sempre até hoje, odiasse ficar menstruada.
E vai ver que é por isso que eu tenho tantas histórias cômicas ou dramáticas com esse que deveria ser um fato simples e corriqueiro na vida de qualquer mulher.
Até que decidi que isso não é para mim. E farmacêuticos abençoados tornaram o meu sonho realidade.

É isso.
Um brinde à maioridade da minha vida de mocinha.
E aos farmacêuticos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sobre repensamentos



Estou por aqui repensando a existência deste blog.

Lá atrás, nos idos de 2008, quando eu criei este espaço, eu disse

"E, falando bem a verdade, não estou me importando muito com quem vai ler o que escrevo. Estou a fim de escrever e, por ora, isso me basta.
O dia em que isso não for mais suficiente, eu repenso a existência do blog. Ou encontro um editor."

Mas a verdade é que estou repensando não porque não estou mais a fim de escrever.
Estou repensando a existência do blog porque ele passa muito tempo sem que eu o atualize. 

Seria pela falta de tempo?
Claro!
Mas acho que é mais uma questão de falta de priorizar.
Porque o tempo falta, é claro, como falta para todo mundo.
[Outro dia, o Bruno disse: "A função fática do paulistano no séc XXI: 'Tudo bem?' - 'Mó correria'. Dito isso, o canal de comunicação se estabelece e os 2 podem conversar.". Concordei.]
Mas não estou deixando de fazer outro milhão de coisas por conta disso.


Assim, me pergunto se não estou mesmo mais a fim de escrever. Será?
Mas tenho taaaaaanta coisa que queria registrar aqui.
Taaanta coisa sobre as quais falei, ou me falaram, "essa vai pro blog".
Mas aí elas passam e ficam desatualizadas, ou ficam menos lembradas por mim e aí, tenho a sensação de que, mesmo que deem um post, não dão uma boa história, e aí, não escrevo.


Penso em me obrigar a escrever.
Mas assim todo o prazer da coisa vai embora, né?


Enfim, repensando.


Outro dia, li, num outro blog, que é bom escrever para se manter escrevendo. Foi por esse motivo que a autora daquele blog, que agora não me lembro quem é, disse que tinha criado o blog dela.


E foi por esse motivo que eu escrevi esse repensamento aqui.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sobre nascimentos


E nasceu o Tomás.

O Tomás chegou mais de um mês adiantado.
Nós (eu e Guiba, com certeza, e outros que se solidarizaram com a causa), nos sentimos um pouquinho culpados pela chegada adiantada, uma vez que a Naná foi da nossa festa direto pro hospital. Talvez o médico da Naná não tenha sido lá muito explícito ao falar sobre repouso, vai saber. Mas diante da nossa culpa, o Pedroca foi super enfático e disse que ele ia chegar mais cedo de qualquer jeito, já estava se preparando para isso e ponto. Ninguém mais precisava sentir culpa. Alívio geral.

Tomás nasceu no dia 25 de junho, às 11:00, no Hospital Santa Catarina. Feriado de Corpus Christi. E véspera da Parada Gay de São Paulo. Em 2011, a Parada Gay de São Paulo é reconhecida como a maior do mundo e rola na Avenida Paulista, a mesma avenida em que fica o Santa Catarina. Pensamento de todo mundo que foi visitar Naná e Pedroca no dia do nascimento do Tomás: “ainda bem que foi hoje, né? Se fosse amanhã, ninguém chegaria aqui...”.

Ponta de lança Tomás, nas palavras do tio Gui, nosso escritor de emails preferido. Nascido antes da hora, mesmo que com uma certa expectativa nos últimos dias, o Tomás não tinha ainda tudo pronto para sua chegada. Não tinha nem rolado o famoso chá de bebê, que ajuda papai e mamãe a montar o kit baby em casa.

Assim que nós, os tios, corremos para comprar várias coisinhas básicas que o Tomás ainda não tinha (lençol, toalha, banheira, cobertor e fraldas. Fraldas, muitas fraldas, assim a Leu mandou). E lá fomos nós para a maternidade. Dar um beijo e um abraço na Naná e no Pedroca e não ver o Tomás.

Afinal, ele nasceu antes da hora e não ia ficar por lá dando sopa para todososmicroorganismos que nós carregamos conosco impunemente. Poderiam não ser impunes para eles, não é?

Mas foi ótimo ver Naná e Pedroca recém-pais. Na realidade, todos ficamos mesmo foi mega impressionados com a Naná que, mesmo depois de um parto natural (na-tu-ral, viu? Sem anestesia, nem nada, na raça, coisa pouco comum nesse século XXI), estava lá, sentadona, batendo mó papo, tirando sarro da sua situação de recém parideira, bem Naná mesmo.

Além dos presentes do chá com bebê, que a gente carregou para o hospital no maior estilo sacoleiros, eu e Guiba levamos o nosso presente especial. A música do Luiz Tatit que anuncia a chegada do Tomás. Aquela que a gente já conhece faz tempo e sobre a qual conseguiu guardar segredo durante todos os meses em que já sabíamos que o Tomás seria Tomás, para só dividir com papai-Pedro e mamãe-Anaí quando o Tomás chegasse de fato. Para quem não conhece e ficou curioso, a música aqui:

Uma alegria só!


No dia em que o Tomás nasceu e enquanto estávamos por lá, a mamis Naná precisava ficar de repouso por umas horinhas (e a gente até deixou, viu!). Então, que desceram Pedroca e vovó Márcia para visitar o pequetico. Quando voltaram os dois, ótimas notícias, tudo bem com o baby e um pequeno detalhe, ele tinha tomado um pouquinho de leite materno de outra fonte, que não a mãe dele. Anaí ensaiou um sentimento de ficar p. da vida. E o comentário da minha pessoa foi “Nanis, saiu de você tá no mundo”. Aí, diante de um olhar que insinuava a fúria da Naná, a Márcia falou para eu tomar cuidado que ela estava sensível e poderia me xingar. Não xingou. Mas se tivesse xingado, seria bem Naná também, né?

O Pedroca também voltou com fotos do Tomás. E eu concluí que ele era um neném com cara de bem resolvido, nem parecia que tinha chegado adiantado.

Então que Naná passou os dias seguintes ao nascimento do pequeno alternando entre o bebê e a sala onde se tira leite (sala de ordenha, mas vamos evitar, né?) para garantir a alimentação do Tomás enquanto ele ficou no hospital.

Aí, passados alguns diazinhos o Tomás foi para casa.

E a tia coruja aqui foi visitá-lo no mesmo dia:

(cara de panaca da pessoa. Coruja, eu?!?!)


Fofos de tudo.

Quero deixar registrado que, apesar de tê-lo feito durante toda a gravidez, desde que ele nasceu, eu não chamei o Tomás de Tomate. Mas, devo dizer que mesmo tendo sido bem comportada, os demais tios postiços não foram e logo de cara chamaram o Tomás de Tomatinho. Agora, até aí, tudo bem porque logo descobrimos que a Naná também já tinha chamado o filho dela de Tomate, porque ele fica com a cabeça toda vermelha quando faz força, ao chorar ou fazer cocô.

Enfim, mas tudo isso contando que todos nós fomos visitar Tomás numa noite dessas.
Numa noite, bem noite, porque Pedroca e Naná são pais desencanados. Tanto que o Manu até comentou que poderia deixar a Maia Sol para um estágio por lá.

Quando o Bruno chegou, ele entrou com cara de criança travessa depois de tomar uma bronca. Isso porque ele foi para lá depois do trabalho. E ele sai do trabalho à meia-noite. O porteiro do prédio da Naná e Pedroca ficou super indignado e deu bronca no Bruno por conta do horário em que ele estava chegando para visitar um casal que acabou de ter um neném “Isso é hora de visitar quem acabou de ter bebê??”. Mas os anfitriões, donos da casa e recém-pais, não estavam se importando com o horário da visita, assim que o Bruno pôde ficar tranquilo.


E na nossa visita coletiva ao Tomás, ninguém pegou o pequetico no colo. Só ficamos todos olhando e babando. E o Tomás super na dele, dormiu quando quis, mamou quando quis, fez cocô quando quis, enfim. E enquanto jantávamos botando o papo em dia e dando altas gargalhadas quando necessário, o Tomás ficou por lá, num sono de dar inveja, ao som de Billie Holiday – o garoto tem gosto desde cedo, hein?

E cenas da nossa visita coletiva:
Tios Gui e Bruno babando e acompanhando a troca de fraldas. Ou seria aprendendo, né?



Manu, que já conhece bem o esquema, mas não deu pitaco.



Dada tamanha desenvoltura na troca de fraldas, o Guiba virou pro Pedro e perguntou “Ô Pedroca, quantos desses aí você já teve, cara???” E o Gui complementou: “Ou fez estágio na Alô Bebê?”.

Trocado e cheirosinho com o tio Guiba de olho.


Mais uma vez registro o fato de que mais bacana do que ver os bebês nascendo e ter a sensação incrível e coruja da chegada de um novo sobrinho, é ver nascer os meus amigos pais.



Assim como achei o Tomás um bebê bem resolvido, Pedroca e Naná são pais super bem resolvidos. Tranquilos na arte de serem pais.



Tomás, querido, acho que você deu sorte que seu pai e sua mãe já tiveram várias sobrinhas antes de você chegar para dar aquela ensaiada.

Enfim, Pedroca e Naná estão vivendo o momento novo com as dores e delícias típicas e nós, por aqui, assistindo de camarote. Eu estou super orgulhosa dos meus amigos. E super confiantes neles para o difícil processo de educar alguém nesse mundo muito doido em que vivemos.



Adoro ver casais bacanas botando filho no mundo. Grandes chances dos filhos se tornarem também pessoas muito bacanas. E o mundo ter um futuro melhor.

Tomás, quando você estiver maiorzinho, a gente avalia se tá funcionando, tá?





E demorou, mas aqui está o texto sobre o nascimento do Tomás. Bem no dia em que ele completa um mês de vida nessas bandas de cá.
(com a colaboração do tio Bruno que, jornalista e editor que é, cortou metade do meu texto antes de ir pro ar).

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre os choros de junho

Fico pensando que talvez junho tenha sido o mês em que mais chorei na vida (pelo menos na parte da vida de que me lembro – obviamente descontando os primeiros meses de vida, em que a comunicação basicamente se dá pelo choro e dos quais não me lembro. Se bem que, pelo que me contam, eu não era uma bebê chorona, enfim!). De qualquer maneira, chorei mesmo muito nesse último mês.

E não foi choro de tristeza.
Assim como os bebês, acho que também temos diversos tipos de choro. Em mim, eu reconheço alguns: o básico choro de tristeza, o choro de dor (física, porque outras dores se enquadram no choro de tristeza, né?), o choro de desespero, o choro de angústia/ansiedade, o choro de cansaço e o choro de emoção. Esqueci de algum? Da minha experiência, acho que essa é a lista.

Então que meus choros de junho se concentraram basicamente nesses três últimos tipos. Muitas mudanças por aqui que, por sua vez, geram ansiedade/angústia, cansaço e emoção.
Mas esses choros nem são ruins de se chorar. São até bons, porque com as lágrimas as sensações se afloram, ficam evidentes e mais fáceis de serem divididas. Alguém concorda com a psicologia de botequim?

Ok, tudo isso é introdução para contar que junho foi um mês do cacete.

Gui e Leu casaram, eu e Guiba casamos (em ambos os casos, casamento não significa papel, juiz ou padre, tá bem? Só uma festa e alguns discursos, ou seja, o que interessa de fato). No fim da última festa, o Bruno pediu para darmos um tempo de uns dois meses para o próximo casamento porque o coraçãozinho dele poderia não aguentar tanta emoção concentrada.

Tudo bem, mas nem sempre a gente consegue combinar os prazos, né? E aí que chegou mais um momento emocionante.
Nasceu o Tomás!
O filho da Anaí e do Pedro (ou Naná e Pedroca, o que nos soa bem mais familiar, in the case). O segundo filho da nossa turma! Uma alegria só!

Mas como nascimentos merecem ser decentemente celebrados, não vou deixar o registro do nascimento do Tomás depois da introdução sobre os choros de junho. Vou deixá-lo em um post à parte.

(em breve, em breve, eu juro)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre trabalhar em casa


Este ano, por motivos diferentes, eu tenho tido uma experiência inédita na minha vida: trabalhar em/de casa.
Quer dizer, eu sempre trabalhei em casa, quando tinha que virar madrugada ou passar o fim de semana em hora ou projetos extras.
Mas ainda não tinha tido a experiência de trabalhar em casa mesmo, no horário comercial, enquanto a maioria das pessoas está no escritório.
Da experiência, algumas lições já aprendidas, que posso dividir:

Não posso acordar e ligar o computador e responder o primeiro email do dia, antes de lavar o rosto, fazer xixi ou tomar café.
Se fizer isso, grandes chances de ficar de pijama, com remela no olho e de jejum até a hora do almoço.

Não posso desligar o despertador e já abrir o email no celular.
Chances de cometer o erro acima.
(Mas essa é pra vida, né? Não pode desligar o despertador e já abrir o email no celular e ponto.)

Assim, horário para começar é fundamental.
Não vale picaretear a manhã com um longo café lendo todo o jornal, arrumar um tantinho a casa, tomar banho com calma e fazer mais várias coisinhas que são rapidinhas, mas que somadas preenchem toda a manhã, e em seguida pensar que agora não vale começar a trabalhar porque já é hora do almoço.
Isso tem nome: procrastinação.
E tem custo: a sua noite de sono.

Se vc tem um(a) companheiro(a) que também trabalha em casa, como é o meu caso, concatenar os humores pode ser essencial.
Se um está concentrado no trabalho, o outro pode estar na hora de ler os emails e querer dividir aquela notícia besta que acabou de ler.
Até porque os ritmos podem ser bem diferentes e um pode entrar na procrastinação do outro e os dois perderem a noite de sono (?) para cumprir prazos.
Nesse caso, vale um respeito mútuo de tempos e combinar horários conjuntos para pôr o papo em dia (?!?!) durante a jornada. Tipo, a hora do almoço.

Aliás, pela saúde da relação e da vida profissional, mesas separadas é essencial.
Computador, então, nem se fala.
Ah, e internet também.
Para quem acha que vale ter em casa aquele modem da operadora de celular para dividir, só se os dois trabalharem fora e não usarem internet em casa nunca.
Senão, vai dar guerra. Pode apostar.

Se é dia da faxineira, vale combinar com ela os horários para limpar o escritório.
Tipo, limpa enquanto tomo banho.
E vale uma cara meio emburrada se ela quiser mesmo bater papo enquanto vc estiver trabalhando.

Para quem é casafóbica (existe isso, Carla?), como eu, a dica é almoçar fora.
Mas não vale aproveitar a saidinha para emendar um café na Kopenhagen e uma ou outra coisa que vão durar a tarde toda.
Ou vale.
Mas, aí, vai a noite de sono...

Poderia continuar, mas acabo de me dar conta de que listar todas essas coisas aqui, antes de estar prestando um serviço a alguém, serve para meu autoconvencimento.
A verdade é que vale tudo, desde que vc se organize.
É ótimo não ter horário para entrar e sair, não ter um ambiente que exige formalidade ou um chefe mais preocupado com o tempo que vc leva para almoçar do que com a qualidade do seu trabalho...

No fundo, o que aprendi mesmo é que uma dose extra de disciplina é essencial para não virar a noite trabalhando para cumprir o prazo.
Mas se vc é notívago, ok, né?

domingo, 10 de abril de 2011

Sobre a fase infernal

Eu chutei o peso de porta e, na sequência, a porta.
E o meu dedão do pé direito não aguentou o tranco e se quebrou.
Bacana, né?

E ontem enquanto tomava um banho com o pé para cima enrolado no saco plástico, eu descobri a causa. Ou melhor, eu me lembrei dela.
É impressionante!
Todo ano a mesma coisa.
Ele chega.
Sempre ele!

...

Oi, Inferno Astral, como um ano passa rápido, não é mesmo?
Devo dizer que não estava com a menor saudade da sua presença na minha vida.
Mas, ok, já que você está por aqui, entre, fique à vontade, e vamos fazer esse mês passar bem rápido, tá bem?
 
...

E São Longuinho, meu querido, dadas as circunstâncias, eu vou demorar um pouquinho para pagar os 850 pulinhos faltantes, ok???

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sobre milhas aéreas

Até que eu viajo bastante e coleciono muitas milhas. Mas há alguém muito próximo de mim que anda viajado mais. Além do meu pai, que sempre foi assim, agora, na minha "família", minha mala também está colecionando mais milhas do que eu.

Nessa missão, estou novamente em Montréal, vindo da Guatemala, com conexão em Miami (outra vez).
Cheguei na quinta à tarde. E minha mala?
Ela não chegou junto comigo.
Como havia outras pessoas do meu voo na mesma situação e como o aeroporto de Miami - que já não é lá um lugar muito organizado - estava bem confuso por conta do tornado na Flórida, eu assumi que minha mala, assim como a de outros passageiros, ficou perdida por lá, e que ela chegaria no próximo voo, ainda naquela noite.
Estando eu num hotel em Montréal, a super simpática atendente da AA (super simpática foi irônico, tá?) me garantiu que eles me entregariam minha mala ainda naquela madrugada.
Ok, né? Fazer o quê...
Tudo isso depois de passar bastante tempo no aeroporto, cuidando da burocracia necessária para ter minha mala de volta.
Fui pro hotel. 
Dei um up no visual com o que eu tinha na nécessaire da bolsa (e que não era muita coisa, vez que hoje em dia existe a possibilidade de se explodir um avião com um líquido ou gel carregado dentro de um vidro de shampoo ou desodorante) e fui jantar com a Paula.
Ainda bem que o lugar era sussa - os canadenses são sussa, em geral - e eu pude ir jantar com minha calça jeans surradinha que usava na viagem.
Voltei para o hotel, tomei um banho com os produtos disponíveis no banheiro, que normalmente eu não uso porque eu sou fresca (admito), e fui dormir, com a esperança de ser acordada no meio da noite com a chegada de minha mala.
Deixei recado na recepção de que eu queria receber minha mala a qualquer hora em que ela chegasse. 
Dormi por uma hora e acordei, calculando que, pelo horário, a mala já deveria estar lá. Mas como ninguém tinha me ligado, tinha que esperar mais. Dormi mais uma hora e nada. Uma outra hora e nada. Passei a noite acordando de hora em hora e nada da minha mala.
Como já era 06h00 e nada da minha mala aparecer, liguei para o telefone indicado pela cia aérea. Falei com uma máquina muito eficiente. Conversamos por vários passos. Ou melhor, ela me fez várias perguntas e eu fui respondendo.
Até que chegou o veredicto: "your bag has not yet been found....". E que eles me contatariam assim que tivessem mais notícias.
Ahhhh! Como assim não foi achada?!?! Teclei todas as opções com a esperança de que alguém me atendesse para eu poder reclamar e xingar a pessoa, mas o atendimento é todo feito pela gravação, que ficou impassível diante dos meus xingamentos.
Ok, então, vamos esperar mais.
Mas eu tinha que trabalhar.
E lá me fui. De calça jeans surrada, botas esportivas, muito bem vestida para viajar.
Passei o dia trabalhando vestida assim e explicando para as pessoas que a AA tinha perdido minha mala e que por isso que eu estava daquele jeito bem sem jeito.
E passei o dia consultando o site da AA para ver o status da minha delayed baggage.
E ela passou o dia todo sem ser encontrada.
Os pensamentos do dia (quando eu não estava concentrada em algo) eram: "Em que lugar do mundo minha mala estará?" "Será que algum dia eu vou tê-la de volta?" e lista mental de todas as roupas queridas que estavam dentro dela e que corria o risco de eu nunca mais ver.
Saí do escritório, direto para a Rue Saint-Catherine para fazer compras.
Detalhe, eu até gosto de fazer compras, mas comprar roupas por pura necessidade, estando cansada e frustrada, não é um programa muito agradável. Não é nada agradável.
La Baie para calcinha e meia. GAP para calça jeans e blusa. ZARA para malha e um cachecol.
Farmácia para shampoo, condicionador, hidratante, sabonete de rosto, adstringente, colírio (coisas sem as quais eu não vivo...)
E ainda bem que é fim de semana!
Jantar e hotel.
No site: ainda nada.
Mais uma noite mega mal dormida, pensei.
Dormi um pouco e despertei às 03h00, pensando na mala.
Peguei o telefone no criado-mudo, entrei no site da AA, hopeless. Acharam!
Felicidade sem fim!!! Acharam!!!
Liguei pro Guiba. Acharam!!!
E para minha mãe: acharam!!!
Eu sei, eram 4 da manhã no Brasil, mas minha família foi super compreensiva, tá?
Depois de controlada a euforia, dormi de novo, profundamente.
Por duas horas.
Às 05h00, toca meu telefone. Era a moça da recepção se desculpando por me acordar, mas como havia um recado de que eu queria ser informada sobre a chegada da minha mala a qualquer hora que fosse, ela estava me ligando porque a cia aérea tinha acabado de deixar minha mala lá.
Felicidade sem fim, parte 2.
Coloquei o roupão (ainda bem que o hotel era muito fino! BTW, tinha uma máquina de Nespresso no quarto que eu queria muito levar para casa) e me preparei psicologicamente para a alegria de ver minha mala de volta e me controlar para não ir abraçá-la (a mala) na frente da moça da recepção.
A moça bate na porta, eu abro com cara de feliz e ali está ela com uma mala azul - que não era minha.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
Eu não gritei.
Eu só disse que aquela não era a minha mala.
Mas eu devo ter feito uma cara tãããããão triste, que a moça (que era canadense, e os canadenses não são pessoas de demonstrarem sentimentos assim gratuitamente) ficou com tanta pena de mim que quase se ofereceu para entrar e me fazer um chazinho de camomila.
Ela se ofereceu para tentar resolver o problema.
Acho que ela se sentiu um pouco culpada por não ter olhado na etiqueta e visto o nome do dono da mala, antes de deixar o entregador largá-la na recepção.
Naquele momento, o pensamento positivo era: "eles só fizeram uma confusão na hora de entregar e daqui a pouquinho eles virão aqui destrocar as malas".
Resto da noite (seria da manhã, né?) rolando na cama e acordando de hora em hora.
De manhã, a mala azul parada em pé na recepção e o hotel todo solidário com a minha causa.
A informação da moça da recepção que estava ali naquele momento era que a AA iria lá para retirar a mala azul e entregar a minha mala em algum momento. E não necessariamente no mesmo momento.
Quase que eu disse para ela que se eles não trouxessem a minha mala, ela não poderia deixá-los retirar a mala azul, porque eu ficaria com ela como refém. Mas eu não disse isso; eu me comportei.
Fui tomar café-da-manhã e programar meu dia, hopeless.
Quando eu voltava para o quarto, passei pela recepção e dei uma olhadela, hopeless again.
Mas ali estava ela. Paradinha, em pé, no lugar da mala azul.
A minha mala!!!!!
Eu quase corri para abraçá-la. Meus olhos se encheram de lágrimas. Mas eu me contive.
Ok, eu não me contive tanto assim, eu falei para a moça da recepção que eu queria abraçar minha mala.
Mas ela super compreendeu.

E então foi isso. Ela voltou para mim.
Inteirinha, intacta, da mesma forma como eu a tinha deixado no aeroporto de Miami.
Mas... sem nenhuma explicação.
Nenhuma cartinha ou bilhetinho dizendo por onde ela passou, por quais aeroportos, nas mãos de quem ela esteve, quantas milhas ela acumulou.
Nada.
Nenhuma informação.

Depois de tudo isso, eu merecia mais consideração, né?

E eu ainda devo mil pulinhos para São Longuinho.
1.000!
Mas como bem lembrou a Carla, ele sabe que eu pago.
Em prestações, mas eu pago!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sobre a alegria carnavalesca até debaixo d'água

Feliz ano novo!!!!

O ano já começou há muito, mas a vida anda tãããão insanamente corrida que o blog ainda está sooooo last year, não é mesmo?

Para corrigir esta falha, venho falar do Carnaval.
Afinal, é só mesmo depois dele que a gente vai considerar que 2011 vingou, né não?

E como a gente saiu na imprensa várias vezes nos últimos dias (para quem não viu, veja aqui: na Folha, no Uia, no Meia Hora), fiz uma matéria do bloquinho.

E o Carnaval já começou para os animados foliões e foliãs que fazem parte da Comunidade Saia de Chita. Comunidade interestadual e internacional, diga-se de passagem.
Sob o comando do animador de torcida, porta-estandarte, relações públicas, advogado do consumidor, músico e agregador, Gui Varella, e sob o apito desta que vos escreve, a Bateria de Saia, composta por mim, Guiba, Cotô, Juju, Thiago, Alê Loureiro, Sertão (diretamente de Porto Alegre), Bruno Lupion, Gustavo, Murilo, Alvinho e Capiau (não necessariamente nesta ordem e com revezamento), saiu de saia na Pompeia ontem.
No trajeto da Tucuna à Tucuna, passando pelas ruas Cajaíba, Cotoxó e (quem diria???) Alfonso Bovero, o povo bailou animado ao som da marchinha oficial do bloco (que pode ser ouvida aqui), de outras marchinhas (a já consagrada "Máscara Negra" com a abaixadinha, marca do bloco, foi tocada diversas vezes), de alguns sambas-enredo, de outras músicas menos carnavalescas (como "Bom Chi Bom Chi Bom Bom Bom", ideia do Bruno, e uns Jorge Ben, em ritmo de samba) e até de um "Parabéns a você!" para uma moradora de uma das casas do percurso que fazia aniversário. O bloco até mesmo respeitou o hospital que fica no trajeto, tocando "Bandeira Branca" bem baixinho para não incomodar os doentes.
A chuva não deu um minuto de trégua, mas a animação do povo venceu o desânimo geral e a paralisação causados pelo dilúvio que caiu em São Paulo ontem.
A noite terminou com cerveja e mais carnaval no Primeiro Baile de Carnaval da Patuscada (rá, batizei!), que sucedeu o bloco na Casinha que sedia a animação da galera.

As fotos do bloquinho de ontem:























Créditos das fotos: Rafaela Barbosa


O relato é para guardar o momento e para fazer inveja para quem perdeu.
Mas se você não foi ontem, não se desespere, porque há esperança.
O pré-carnaval do Saia de Chita é só ensaio geral para o grande momento que está por vir.
Domingo, o Saia de Chita desfila oficialmente em Santa Teresa.
Detalhes abaixo:




Vejo vocês lá!