segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre pontos de exclamação

O Fê, comentando este blog, me mandou o seguinte trecho do Adorno:
"O ponto de exclamação não se assemelha a um ameaçador dedo em riste? Os pontos de interrogação não se parecem com luzes de alerta ou com uma piscadela? Os dois-pontos, segundo Karl Kraus, abrem a boca: coitado do escritor que não souber saciá-los. Visualmente o ponto-e-vírgula lembra um bigode caído; é ainda mais forte, para mim, a sensação de seu sabor rústico. Marotas e satisfeitas, as aspas [»«] lambem os lábios."

E aí, ele diz que eu uso pontos de exclamação demais por aqui; que eles não encerram períodos, mas afirmam verdades; que eles não se assemelham a um dedo em riste; e que identificar ponto de exclamação com dedo em riste é coisa de alemão e trauma com autoridades...
Ele defende a ressignificação do ponto de exclamação. Por aqui eles seriam sinais da “abertura-fechamento de um ítalo-brasileiro que gesticula ao falar”.
É isso. Eu gesticulo ao falar, até por escrito!, e uso pontos de exclamação pra isso.
Ainda segundo o Fê, sinal da minha intensidade.


Adorei!

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